Pois é, pela 56544558779777777774546ª vez desafiaram-me! Desta vez foi a dona Alfabeta. Parece que tenho de me descrever em 5 palavras..E agora é que a porca torce o rabo...Porque eu simplesmente não me sei descrever..
Por isso pedi a uma amiga para o fazer por mim..e saiu esta lista:
doida
maluca
amiga
simpática
e distraída
Se é verdade ou não,isso já não sei... :P
Agora tenho de nomear 5 vitimas:
Ana Melita
Sapiens
Mymind
Grão vizir
White_Fox
sábado, junho 30, 2007
sexta-feira, junho 29, 2007
Novidades e tal...
Pois é, tenho andado desaparecida destas lides esta semana porque comecei a trabalhar. Foi uma coisa assim de repente, aqui mesmo ao lado de casa..Por isso mesmo, provavelmente muitas vezes não vou chegar com muita vontade de blogar...Sorry!:(
Passando à frente...Aqui no Montijo decorrem agora as festas de S.Pedro. Já comi a waffle da praxe e um pãozinho com chouriço maravilhoso. O que não é nada maravilhoso são os preços, mas prontes..
Ainda não vi nenhuma largada, com muita pena minha! Nem tão pouco assisti a concertos..Ando mesmo cansada, bolas!
Epá, e dado que estou a escrever isto e praticamente a dormir em frente ao PC, vou-me mesmo ficar por aqui e deixar o convite para virem ao Montijo ver a festarola.
E pode ser que amanhã haja posta.
Passando à frente...Aqui no Montijo decorrem agora as festas de S.Pedro. Já comi a waffle da praxe e um pãozinho com chouriço maravilhoso. O que não é nada maravilhoso são os preços, mas prontes..
Ainda não vi nenhuma largada, com muita pena minha! Nem tão pouco assisti a concertos..Ando mesmo cansada, bolas!
Epá, e dado que estou a escrever isto e praticamente a dormir em frente ao PC, vou-me mesmo ficar por aqui e deixar o convite para virem ao Montijo ver a festarola.
E pode ser que amanhã haja posta.
terça-feira, junho 26, 2007
Aviso à navegação 2
A Peacelove está a trabalhar agora, de modos que a frequência das postas vai baixar um pouco. Novidades lá para Sábado.
sexta-feira, junho 22, 2007
Qual o sabor que se segue?...
A Pepsi do Japão lançou no mercado do país o novo refrigerante Pepsi Ice Cucumber, que tem um sabor inovador : pepino.
O refrigerante, que chegou às lojas na terça-feira, tem sabor artificial que lembra "o sabor refrescante de um pepino fresco", segundo Aya Takemoto, porta-voz da distribuidora da Pepsi no Japão, a Suntory Ltd.
"Nós queríamos um sabor que fizesse as pessoas se sentirem refrescadas no calor do verão", disse. "Nós pensamos que o pepino seria perfeito".
O refrigerante de cor verde estará à venda apenas durante o verão no Japão, segundo Takemoto. Ele afirma que as vendas iniciais foram boas, e a previsão da distribuidora é vender 200 mil garrafas nos próximos três meses.
Lido aqui
Chiça, que inventam bebidas com sabores mais estranhos...bom, isto digo eu que detesto pepino! :P
Mas o que se segue? Qual será a resposta da coca-cola? Eu proponho a coca-cola nabo, para fazer concorrência!
quinta-feira, junho 21, 2007
Por favor..
..tenham um pouquinho de paciência quando vêem um carro de uma escola de condução a andar muito devagar ou a fazer alguma coisa incrivelmente estúpida, porque se estamos ali é por alguma razão...para aprender, e às vezes é preciso errar para aprender...
Supostamente o Verão começou hoje....mas eu ainda ando de casaco...
Supostamente o Verão começou hoje....mas eu ainda ando de casaco...
quarta-feira, junho 20, 2007
segunda-feira, junho 18, 2007
Há coisas que nos tocam..
..e para mim, uma delas é ver animais feridos, maltratados..e por isso quando vi o caso da Esperanza aqui (link) fiquei de coração apertado..O caso foi divulgado em fóruns..e o retorno mostra que ainda há pessoas com coração! O meu namorado decidiu contribuir também (estão a ver porque sou doida por ele?:P) e se quiserem contribuir também é enviarem a contribuição para o NIB 0033 0000 0000173093210. A Esmeralda agradece! Por pouco que seja, vai ajudar!
sábado, junho 16, 2007
Tenham um doce fim-de-semana!
Acreditem ou não, as imagens abaixo são todas fotografias de bolos! Podem ver mais aqui!
Comam com os olhos :P
Bom fim-de-semana!
Comam com os olhos :P
Bom fim-de-semana!
sexta-feira, junho 15, 2007
Está aberta a época da caça aos clientes
Pois é, não sei se sabem do que estou a falar..Sabem aqueles chatos que batem à porta e se vocês atenderem eles perguntam se estão interessados em aderir à cabovisão/clix/oni/PT/sei lá que mais..?Pois, é mesmo disso que estou a falar!
Não sei como é onde vocês moram, mas aqui no Montijo tem sido um desfile de vendedores aqui à minha porta!..É que chegam a ser dois, três por dia!
Eu que até sou uma gaja que não faz muito barulho, a maior parte das vezes finjo que não está ninguém..O que até já correu menos bem, já que eu devo ter feito algum barulhinho ao aproximar-me da porta para ver quem era pelo buraquinho..não atendi..e os chatos lá seguiram para o andar a seguir a dizer "As pessoas pensam que nós somos parvos"..Bem, e eles devem pensar que as pessoas querem ser chateadas por eles!..
Sei que só estão a fazer o trabalho deles, mas chiça, virem-me bater à porta quinhentas vezes para tentar impingir o que andam a vender..haja paciência! Acho que vou colar um bilhete na porta a dizer "Seja o que for que está a vender, não estou interessada...nem toque à campainha!".
quarta-feira, junho 13, 2007
Momentos que mudam a vida
Sabem aqueles momentos que na altura não parecem ter importância, mas mais tarde vemos que nos mudaram a vida?
A mim aconteceu uma coisa tão simples como estar na casa de uma amiga no dia certo, à hora certa. Ela estava a almoçar e eu fiquei no PC a ver umas coisas e eis que um menino mete conversa no MSN dela e eu decido responder. Depois de um bocado digo-lhe que quem está no PC é uma amiga da menina do MSN. Ele pede para ligar a webcam, para confirmar e tal, e depois lá tivémos de ir para as aulas da tarde.
Este momento parece não ter sido nada de mais, mas foi graças a ele que mais tarde comecei a falar com o menino e após uns meses de conversas em que nos fomos conhecendo, lá surgiu o namoro e hoje, ano e meio depois, sou uma gaja feliz! Se não tivesse sido aquele acaso de ser eu no PC, hoje se calhar não estava aqui!
E vocÊs, já tiveram assim um momento que vos mudou a vida?
A mim aconteceu uma coisa tão simples como estar na casa de uma amiga no dia certo, à hora certa. Ela estava a almoçar e eu fiquei no PC a ver umas coisas e eis que um menino mete conversa no MSN dela e eu decido responder. Depois de um bocado digo-lhe que quem está no PC é uma amiga da menina do MSN. Ele pede para ligar a webcam, para confirmar e tal, e depois lá tivémos de ir para as aulas da tarde.
Este momento parece não ter sido nada de mais, mas foi graças a ele que mais tarde comecei a falar com o menino e após uns meses de conversas em que nos fomos conhecendo, lá surgiu o namoro e hoje, ano e meio depois, sou uma gaja feliz! Se não tivesse sido aquele acaso de ser eu no PC, hoje se calhar não estava aqui!
E vocÊs, já tiveram assim um momento que vos mudou a vida?
terça-feira, junho 12, 2007
Eu sei que sou baixinha...
..e que se calhar tenho ar de ser mais nova do que sou..mas daí a cobrarem-me meio bilhete no autocarro..opá! Chiça, não fosse o facto de ter poupado 0.75€, até ficava ofendida!.. Que sina a minha!.. Já no dia em que fiz 17 anos, uma senhora de uma loja de electrodomésticos pensou que eu tinha 11 anos..
Será que é preciso começar a andar com 3kg de maquilhagem e roupas da minha avó para me darem a idade que tenho??
segunda-feira, junho 11, 2007
sábado, junho 09, 2007
Bom fim de semana!
sexta-feira, junho 08, 2007
Passeiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...
..no exame de código!!!!!!!!!!!!!!
Errei uma pergunta, mas também foi uma daquelas que ninguém deve saber, qual a velocidade máxima a que podem circular motocultivadoras e máquinas agrícolas dentro das localidades?(Já agora desafio-vos a responder a esta pergunta! E não vale ir rever o código! Já agora as opções eram A)20km/h, B)30km/h ou C)40km/h.
quarta-feira, junho 06, 2007
Ah, grande Sarah Silverman!
Paris Hilton gets RIPPED by Sarah Silverman-MTV Movie Awards
Hehe..que lata para mandar uma boca daquelas a meio de uma gala e ainda mais com a visada presente.
terça-feira, junho 05, 2007
Olha outro!..
Desta vez foi o senhor white fox que se lembrou de me desafiar..e que desafio! Chama-se desafio ousado...vejam porquê:
1 - Indica dois sítios insólitos onde já mandaste a queca, caso não tenhas tido essa ousadia, diz dois sítios onde gostarias de a mandar.
R: Não digo se já mandei ou gostaria de mandar, mas escolho praia e carro.
2 - Três palavras ordinárias que utilizes frequentemente (antes, durante ou depois) do acto sexual.
R: Eu sou uma rapariga muito bem educada, não digo palavrões :P
3 - Quantas vezes tens sessões de sexo individual por semana? (pós mais lerdos, sexo individual= masturbação, daaaaaa)
R: Não é coisa que conte..
4 - Qual a posição que mais gostas durante o sexo?
R:Ui, não vou responder a isto...são todas boas hehe
5 - Diz duas fantasias sexuais que já realizaste e duas que gostarias de realizar.
R:A mesma resposta da pergunta 1.
6 - Qual a maior mentira que já contaste pa obter sexo?
R:Nunca precisei de fazer tal coisa.
7 - Qual a maior mentira que já contaste para não ter sexo?
R:Mesma da pergunta 6 ( mas nós gajas temos a clássica "Dói-me a cabeça" ou "Estou com o período" LOL).
8 - Depois de te fazerem o “oral” (broche ou minete), deixas que te beijem na boca ou tens nojo?
R:Ter nojo de mim própria? Dah..
9 - O que é que te “corta MESMO a tusa” durante o acto?
R:Alguém interromper. Lol
Agora tenho de nomear 5 pessoas e as vítimas são:
A senhora Gi
A senhora Alfabeta
O senhor Chaparro
O senhor Rafeiro Perfumado
O senhor Belzebu
1 - Indica dois sítios insólitos onde já mandaste a queca, caso não tenhas tido essa ousadia, diz dois sítios onde gostarias de a mandar.
R: Não digo se já mandei ou gostaria de mandar, mas escolho praia e carro.
2 - Três palavras ordinárias que utilizes frequentemente (antes, durante ou depois) do acto sexual.
R: Eu sou uma rapariga muito bem educada, não digo palavrões :P
3 - Quantas vezes tens sessões de sexo individual por semana? (pós mais lerdos, sexo individual= masturbação, daaaaaa)
R: Não é coisa que conte..
4 - Qual a posição que mais gostas durante o sexo?
R:Ui, não vou responder a isto...são todas boas hehe
5 - Diz duas fantasias sexuais que já realizaste e duas que gostarias de realizar.
R:A mesma resposta da pergunta 1.
6 - Qual a maior mentira que já contaste pa obter sexo?
R:Nunca precisei de fazer tal coisa.
7 - Qual a maior mentira que já contaste para não ter sexo?
R:Mesma da pergunta 6 ( mas nós gajas temos a clássica "Dói-me a cabeça" ou "Estou com o período" LOL).
8 - Depois de te fazerem o “oral” (broche ou minete), deixas que te beijem na boca ou tens nojo?
R:Ter nojo de mim própria? Dah..
9 - O que é que te “corta MESMO a tusa” durante o acto?
R:Alguém interromper. Lol
Agora tenho de nomear 5 pessoas e as vítimas são:
A senhora Gi
A senhora Alfabeta
O senhor Chaparro
O senhor Rafeiro Perfumado
O senhor Belzebu
segunda-feira, junho 04, 2007
Geração rasca
Se tiverem paciência, leiam tudo, porque vale a pena. Eu fiquei de boca aberta..
SWEET LITTLE SIXTEEN
Eles entram no comboio da meia-noite. Em Cascais, no Estoril, em Oeiras. Trazem uma garrafa de J&B (15 €), outra de Coca-Cola de litro e meio (1,95 €). Misturam o whisky na garrafa de refrigerante. Bruno tem uns ténis Nike (150 €), Duarte calça uns Reebok (80 €), Tiago tem uma camisola Billabong (80 €). Cada um recebeu uma nota de 20 para sair nesta noite de sexta-feira. O gargalo de plástico circula pelas bocas – não se trata de um método de poupança ou de falta de dinheiro para beber, mas de um ritual de afirmação, de um rápido expediente para abandonar a sobriedade.
Eles têm calças descaídas que quase lhes mostram o rabo. Têm fitas ao pescoço que seguram as chaves de casa. Substituíram as clássicas camisas de riscas por camisolas com gorros, os sapatos de vela por ténis. Dizem: “Isso já não se usa.”
Eles crescem na linha de Cascais. Confessam que não sabem de nenhuma recessão económica, que continuam a receber o mesmo dinheiro. Têm 16 anos. Nasceram em 1988, a primeira geração filha da União Europeia, dos dinheiros comunitários, da prosperidade cavaquista. Nasceram no ano em que o programa Humor de Perdição, de Herman José, foi censurado na RTP, no ano em que Gorbatchev visitou as Nações Unidas quase três década depois de Kruchtchev, quando faltavam meses para que David Hasselhof, o actor da série Marés Vivas, desse um concerto para milhares de alemães celebrando a queda do Muro de Berlim.
Eles não se lembram do país sem auto-estradas, dos carros revistados na fronteira com Espanha, do mundo sem internet, sem telemóveis.
O comboio pára. Grupos de adolescentes saem, movem-se no túnel da estação de Alcântara. Escolhem diferentes saídas. Eles separam-se das amigas. Duarte diz: “Caga nisso, elas querem ir para o W.” Tiago explica o roteiro da noite, enumera as discotecas, todas em redor da estação de comboios: ABS, W, Garage – a mais popular entre os adolescentes –, e o Queens, onde a marca de roupa Billabong organiza uma festa. Pagam 12 euros na entrada. Entregam as senhas no bar. Whisky com Coca-Cola. Tiago, o mais precoce, é o único que não fuma. Com dez anos frequentava as matinés do Bauhaus, no Estoril. Com 11 iniciou-se nos cigarros. Com 16 acabou com o vício.
No domingo, sentam-se numa esplanada de praia. Há cinco rapazes com camisolas Billabong. Há ainda óculos de sol Von Zipper (80 €). Uma moto de 125 centímetros cúbicos (3 mil €), para a qual seria preciso carta de condução que o dono não tem. Estudam em liceu oficiais. Frequentaram colégios privados mas, na adolescência, pediram aos pais para os mudarem para o ensino público. Mais liberdade, menos carga horária, e a suspeita de menos controlo dos professores.
O aparelho nos dentes de Madalena dificulta-lhe a articulação das respostas tal como a impaciência quando conta que chumbou por faltas a todas as disciplinas: “Não, não sei o que vou fazer.” Depois do castigo, voltou a sair uma vez por semana, com horário de chegada decretado para as sete da manhã. Recebe, nessas noites, e como quase todos os outros, 20 euros.
Há coisas que lhes parecem seguras porque são comuns entre todos. Semanada de 15 a 30 euros. Telemóvel. Quarto equipado com televisão, TV Cabo e computador com internet de banda larga. Dinheiro extra para roupa, para carregar os telefones. Duarte fala da inexistente gestão dos saldos: “Pomos 20 euros no cartão. No dia seguinte não temos nada.” Os amigos gozam com Miguel: “Este gajo gastou 70 euros só a mandar sms, a um cêntimo cada.” Sete mil mensagens escritas num mês, 233 por dia. Miguel tem a cabeça apontada para os ténis. Os amigos substituem-no na tarefa de responder: “Eram para a namorada.”
No ano em que os pais os inscreveram na escola primária, em 1994, Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul, anunciava-se o fim do cavaquismo com a revolta na Ponte 25 de Abril. Publicaram-se fotos de universitários em manifestações antipropinas – um mostrava as nádegas, outro segurava o pénis. O Benfica ganhou o campeonato nacional. Estreou Pulp Fiction, de Quentin Tarantino.
Madalena chumbou por faltas mas aparece todos os dias na escola, a seguir ao almoço. Conversa com as amigas no outro lado da rua, fuma Camel e, perto das seis da tarde, regressa a casa, liga a televisão, senta-se ao computador para continuar a conversa com as mesmas amigas. Desta vez na internet. Utiliza o msn messenger. Interrompem-na para jantar em família. Regressa mais tarde, para falar nas janelas que saltam no ecrã. Deita-se antes da meia-noite.
Entre os adolescentes, o messenger tornou-se num engenho de contacto social que, como o álcool, dilui a vergonha e facilita a aproximação. Nos Salesianos, no Estoril – mensalidade, no 11º ano, de 303 € –, Rita Costa e Rita Pestana, psicólogas da escola, intercalam-se nas explicações sobre o uso compulsivo do messenger: “Têm mais à-vontade, podem dizer mais coisas. Não há o constrangimento físico de estarem frente-a-frente.” No messenger, não se mostram expressões faciais, desconforto físico. Para um rapaz que, em público e diante dos amigos, nunca iniciaria uma conversa com uma rapariga, basta, na segurança do seu quarto, abrir uma janela e teclar uma frase. O messenger dá-lhes liberdade, porque não é tão controlado pelos pais como era a utilização do telefone. Pode-se falar, pode-se mesmo ver os amigos durante as noites de semana. Trocam fotografias digitalizadas, utilizam microfones, câmaras.
No tempo sem escola, as horas de messenger ultrapassaram a televisão. Madalena diz: “Vejo a telenovela.” Duarte diz: “Sport TV”. Eles ligam o aparelho no quarto mas não lhe prestam atenção. Quase ninguém, neste grupo, vê noticiários, lê livros, jornais, revistas, nem mesmo as cor-de-rosa. Duarte responde, como se quisesse mostrar-se interessado: “Estou a ler Os Maias.” Depois ironiza, para não arriscar estranheza entre os amigos: “Há dois anos.”
Só dois deles têm actividades extracurriculares – fazem desporto federado. Francisco, que passou algumas semanas de verão em Inglaterra, a aprender o idioma, quer ser gestor. Os outros não sabem o que estudar. Não se interessam por viagens. Miguel diz: “Estive em Espanha com os meus pais e em mais uns países, mas não me lembro do nome.”
Internet, telemóveis que enviam fotografias, que produzem música. Num mundo global, eles não se interessam pelo resto do planeta. João Dionísio, psicólogo e director da Multivária, empresa de estudos de mercado, explica o desinteresse: “Estão na fase mais autocentrada da vida, em que se procura uma identidade pessoal, social e sexual. O uso que fazem do dinheiro – nas saídas, na roupa de marca – são tentativas de definição da personalidade. O facto de viverem numa microrrealidade privilegiada, como a linha de Cascais, isola-os mais do mundo. Depois, quando entram na faculdade, descentram-se.” Eles sempre receberam conforto. Confundem-no com preguiça. Uma normalidade que julgam intocável. Nos Salesianos do Estoril, as psicólogas dizem: “O conceito de esforço é diminuto. Estão habituados ao facilitismo, ao excesso de valorização das marcas, ao consumismo.”
Na discoteca Queens, o álcool desbloqueia a agilidade para a dança, o atrevimento das mãos. Duarte passa por uma miúda de saia, de botas, de t-shirt curta que mostra a barriga. Toca-lhe na cintura, ela aperta-lhe o nariz. O jogo infantil repete-se sempre que se cruzam, a brincadeira dos toques. Duarte regressa, informa os amigos: “Ela tem namorado e tem medo de ficar com fama de ****.” Ela tem 13 anos. Meia hora mais tarde tocam as línguas num sofá da discoteca.
Ricardo recorda uma noite no Garage. Como ele, uma rapariga que acabara de conhecer tinha de regressar no primeiro comboio. São sete estações para Ricardo chegar a casa, 19 minutos de viagem: “Não usei preservativo, foi uma rapidinha entre as duas carruagens.” Os amigos confirmam o relato. Nas discotecas, dizem, há mãos de rapazes dentro das calças das raparigas e, por vezes, a troca do favor. Duarte aponta para Catarina: “Ela curte com um diferente todos os fins-de-semana”. Ele, se pudesse, curtia com uma todos os dias.
Segundo um estudo recente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, 16 por cento das adolescentes não usa qualquer contraceptivo, 32,9 por cento utilizou a pílula do dia seguinte.
Tiago analisa a pista de dança, diz: “Elas agora são mais atrevidas. Deixam de ser virgens com um gajo que nunca mais vão ver. Aqui são as maiores, mas na cama acanham-se.” Elas, como Catarina, como Madalena, comentam no domingo seguinte: “Eles querem comer e deitar fora.”
Há mais liberdade sexual,mais precocidade.
Outra vez a internet. Duarte mostra as fotos que as amigas lhe enviam pelo messenger quando conversam. Raparigas em biquíni, em posições sensuais. Ele tem imagens suas para retribuir. Na praia ou com óculos escuros. Há ainda fotografias de algumas adolescentes que, pela falta de discrição de alguns rapazes, começaram a circular. Há a história – e as imagens como prova – de uma miúda de 15 anos que se mostrou sem roupa ao namorado, dobrando-se sobre a câmara, apertando o peito. “Ela encornou-o, explica Duarte, e o gajo, para se vingar, mandou as fotos aos amigos, que mandaram para mais gente. Sempre que ela passava no liceu chamavam-lhe porca.”
Eram dez da manhã quando, num intervalo das aulas, numa rua perto da escola, Miguel e um amigo foram revistados pela Polícia: “Tinha um conto de ganza no bolso.” Miguel apareceu uma vez, como lhe mandou o juiz, na Comissão de Dissuasão para a Toxicodependência. Ficaram de o chamar mas, nos últimos dois meses, ninguém lhe telefonou. Os pais cortaram-lhe as saídas. “Fumei muito na altura do Natal, até na Noite de Consoada. Mas deixei.”
Um estudo do Instituto Português da Droga e da Toxicodependência, de 2001, diz que os jovens provam drogas cada vez mais cedo e que 14 em cada 100 alunos, com menos de 15 anos, já o fizeram pelo menos uma vez.
Na linha de Cascais, o álcool sempre foi mais valorizado que as drogas. Os mais ricos bebem, os mais pobres drogam-se – um legado da hegemonia da heroína, a droga mais suja, mais destruidora, agora de consumo reduzido entre os adolescentes urbanos. Mas o álcool é um teste à masculinidade. Um hábito de classe. Tiago diz: “O copos são melhores para um gajo se divertir.” Um shot num bar custa 1,5 euros, numa discoteca três euros. Entre a uma e as duas da manhã, dois adolescentes são carregados pelos amigos e vomitam na casa de banho do Queens.
Certa noite, Leonor acordou no hospital, com a ajuda de uma injecção de glicose, depois de entrar em coma alcoólico. Os pais foram buscá-la. Todos dizem que os pais sabem que os filhos bebem. Francisco conta: “A minha mãe já me ajudou a vomitar quando cheguei a casa.”
João Dionísio explica o consumo de álcool, de drogas: “Trata-se da partilha de significado com o grupo, da necessidade de procurar sensações, de experimentar. Eles não o fazem porque o mundo é mau, mas porque a música parece melhor, porque ficam mais felizes.”
Eles tinham dez anos em 1998, quando Suharto abandonou a presidência da Indonésia, quando Saramago ganhou o Nobel, quando inventaram o Viagra.
Os adultos costumam ter, em retrospectiva, uma ideia mais pura daquilo que foi o seu passado. Segundo João Dionísio: “Não existe, entre os adolescentes e a geração anterior, uma mudança da temática das emoções. Os impulsos são os mesmos.” Ou seja, o reconhecimento conseguido com as bebedeiras, o estilo e a maturidade dos cigarros, o risco das drogas, a ansiedade sexual. Mudou, no entanto, o tempo de iniciação. Em vez do embaraço ao entrar num clube de vídeo, há a pornografia na internet, e a possibilidade de conhecer estranhos em chats. Há telemóveis aos dez anos, saídas nocturnas aos doze: “Os miúdos do primeiro ciclo fazem imensa pressão junto dos pais”, explicam as psicólogas dos Salesianos. “E, como os outros saem, eles também querem sair. Só daqui a alguns anos poderemos avaliar as consequências desta precocidade.”
No final da tarde de domingo, sem ter de se preocupar com a tristeza que antecipa o despertador na manhã seguinte, nem com as aulas, nem com os trabalhos de casa que não fez, Madalena, a pensar no próximo fim-de-semana, diz: “Dantes é que nos arranjávamos todas para sair, agora nem usamos maquilhagem.”
(Os nomes dos adolescentes neste artigo foram modificados)
Lido no fórum AHO
Eu tenho 18 anos, mas não me revejo em nada disto..mas sei que é a realidade da maioria dos jovens de hoje...e pergunto-me, onde é que esta juventude vai parar?..
SWEET LITTLE SIXTEEN
Eles entram no comboio da meia-noite. Em Cascais, no Estoril, em Oeiras. Trazem uma garrafa de J&B (15 €), outra de Coca-Cola de litro e meio (1,95 €). Misturam o whisky na garrafa de refrigerante. Bruno tem uns ténis Nike (150 €), Duarte calça uns Reebok (80 €), Tiago tem uma camisola Billabong (80 €). Cada um recebeu uma nota de 20 para sair nesta noite de sexta-feira. O gargalo de plástico circula pelas bocas – não se trata de um método de poupança ou de falta de dinheiro para beber, mas de um ritual de afirmação, de um rápido expediente para abandonar a sobriedade.
Eles têm calças descaídas que quase lhes mostram o rabo. Têm fitas ao pescoço que seguram as chaves de casa. Substituíram as clássicas camisas de riscas por camisolas com gorros, os sapatos de vela por ténis. Dizem: “Isso já não se usa.”
Eles crescem na linha de Cascais. Confessam que não sabem de nenhuma recessão económica, que continuam a receber o mesmo dinheiro. Têm 16 anos. Nasceram em 1988, a primeira geração filha da União Europeia, dos dinheiros comunitários, da prosperidade cavaquista. Nasceram no ano em que o programa Humor de Perdição, de Herman José, foi censurado na RTP, no ano em que Gorbatchev visitou as Nações Unidas quase três década depois de Kruchtchev, quando faltavam meses para que David Hasselhof, o actor da série Marés Vivas, desse um concerto para milhares de alemães celebrando a queda do Muro de Berlim.
Eles não se lembram do país sem auto-estradas, dos carros revistados na fronteira com Espanha, do mundo sem internet, sem telemóveis.
O comboio pára. Grupos de adolescentes saem, movem-se no túnel da estação de Alcântara. Escolhem diferentes saídas. Eles separam-se das amigas. Duarte diz: “Caga nisso, elas querem ir para o W.” Tiago explica o roteiro da noite, enumera as discotecas, todas em redor da estação de comboios: ABS, W, Garage – a mais popular entre os adolescentes –, e o Queens, onde a marca de roupa Billabong organiza uma festa. Pagam 12 euros na entrada. Entregam as senhas no bar. Whisky com Coca-Cola. Tiago, o mais precoce, é o único que não fuma. Com dez anos frequentava as matinés do Bauhaus, no Estoril. Com 11 iniciou-se nos cigarros. Com 16 acabou com o vício.
No domingo, sentam-se numa esplanada de praia. Há cinco rapazes com camisolas Billabong. Há ainda óculos de sol Von Zipper (80 €). Uma moto de 125 centímetros cúbicos (3 mil €), para a qual seria preciso carta de condução que o dono não tem. Estudam em liceu oficiais. Frequentaram colégios privados mas, na adolescência, pediram aos pais para os mudarem para o ensino público. Mais liberdade, menos carga horária, e a suspeita de menos controlo dos professores.
O aparelho nos dentes de Madalena dificulta-lhe a articulação das respostas tal como a impaciência quando conta que chumbou por faltas a todas as disciplinas: “Não, não sei o que vou fazer.” Depois do castigo, voltou a sair uma vez por semana, com horário de chegada decretado para as sete da manhã. Recebe, nessas noites, e como quase todos os outros, 20 euros.
Há coisas que lhes parecem seguras porque são comuns entre todos. Semanada de 15 a 30 euros. Telemóvel. Quarto equipado com televisão, TV Cabo e computador com internet de banda larga. Dinheiro extra para roupa, para carregar os telefones. Duarte fala da inexistente gestão dos saldos: “Pomos 20 euros no cartão. No dia seguinte não temos nada.” Os amigos gozam com Miguel: “Este gajo gastou 70 euros só a mandar sms, a um cêntimo cada.” Sete mil mensagens escritas num mês, 233 por dia. Miguel tem a cabeça apontada para os ténis. Os amigos substituem-no na tarefa de responder: “Eram para a namorada.”
No ano em que os pais os inscreveram na escola primária, em 1994, Nelson Mandela foi eleito presidente da África do Sul, anunciava-se o fim do cavaquismo com a revolta na Ponte 25 de Abril. Publicaram-se fotos de universitários em manifestações antipropinas – um mostrava as nádegas, outro segurava o pénis. O Benfica ganhou o campeonato nacional. Estreou Pulp Fiction, de Quentin Tarantino.
Madalena chumbou por faltas mas aparece todos os dias na escola, a seguir ao almoço. Conversa com as amigas no outro lado da rua, fuma Camel e, perto das seis da tarde, regressa a casa, liga a televisão, senta-se ao computador para continuar a conversa com as mesmas amigas. Desta vez na internet. Utiliza o msn messenger. Interrompem-na para jantar em família. Regressa mais tarde, para falar nas janelas que saltam no ecrã. Deita-se antes da meia-noite.
Entre os adolescentes, o messenger tornou-se num engenho de contacto social que, como o álcool, dilui a vergonha e facilita a aproximação. Nos Salesianos, no Estoril – mensalidade, no 11º ano, de 303 € –, Rita Costa e Rita Pestana, psicólogas da escola, intercalam-se nas explicações sobre o uso compulsivo do messenger: “Têm mais à-vontade, podem dizer mais coisas. Não há o constrangimento físico de estarem frente-a-frente.” No messenger, não se mostram expressões faciais, desconforto físico. Para um rapaz que, em público e diante dos amigos, nunca iniciaria uma conversa com uma rapariga, basta, na segurança do seu quarto, abrir uma janela e teclar uma frase. O messenger dá-lhes liberdade, porque não é tão controlado pelos pais como era a utilização do telefone. Pode-se falar, pode-se mesmo ver os amigos durante as noites de semana. Trocam fotografias digitalizadas, utilizam microfones, câmaras.
No tempo sem escola, as horas de messenger ultrapassaram a televisão. Madalena diz: “Vejo a telenovela.” Duarte diz: “Sport TV”. Eles ligam o aparelho no quarto mas não lhe prestam atenção. Quase ninguém, neste grupo, vê noticiários, lê livros, jornais, revistas, nem mesmo as cor-de-rosa. Duarte responde, como se quisesse mostrar-se interessado: “Estou a ler Os Maias.” Depois ironiza, para não arriscar estranheza entre os amigos: “Há dois anos.”
Só dois deles têm actividades extracurriculares – fazem desporto federado. Francisco, que passou algumas semanas de verão em Inglaterra, a aprender o idioma, quer ser gestor. Os outros não sabem o que estudar. Não se interessam por viagens. Miguel diz: “Estive em Espanha com os meus pais e em mais uns países, mas não me lembro do nome.”
Internet, telemóveis que enviam fotografias, que produzem música. Num mundo global, eles não se interessam pelo resto do planeta. João Dionísio, psicólogo e director da Multivária, empresa de estudos de mercado, explica o desinteresse: “Estão na fase mais autocentrada da vida, em que se procura uma identidade pessoal, social e sexual. O uso que fazem do dinheiro – nas saídas, na roupa de marca – são tentativas de definição da personalidade. O facto de viverem numa microrrealidade privilegiada, como a linha de Cascais, isola-os mais do mundo. Depois, quando entram na faculdade, descentram-se.” Eles sempre receberam conforto. Confundem-no com preguiça. Uma normalidade que julgam intocável. Nos Salesianos do Estoril, as psicólogas dizem: “O conceito de esforço é diminuto. Estão habituados ao facilitismo, ao excesso de valorização das marcas, ao consumismo.”
Na discoteca Queens, o álcool desbloqueia a agilidade para a dança, o atrevimento das mãos. Duarte passa por uma miúda de saia, de botas, de t-shirt curta que mostra a barriga. Toca-lhe na cintura, ela aperta-lhe o nariz. O jogo infantil repete-se sempre que se cruzam, a brincadeira dos toques. Duarte regressa, informa os amigos: “Ela tem namorado e tem medo de ficar com fama de ****.” Ela tem 13 anos. Meia hora mais tarde tocam as línguas num sofá da discoteca.
Ricardo recorda uma noite no Garage. Como ele, uma rapariga que acabara de conhecer tinha de regressar no primeiro comboio. São sete estações para Ricardo chegar a casa, 19 minutos de viagem: “Não usei preservativo, foi uma rapidinha entre as duas carruagens.” Os amigos confirmam o relato. Nas discotecas, dizem, há mãos de rapazes dentro das calças das raparigas e, por vezes, a troca do favor. Duarte aponta para Catarina: “Ela curte com um diferente todos os fins-de-semana”. Ele, se pudesse, curtia com uma todos os dias.
Segundo um estudo recente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, 16 por cento das adolescentes não usa qualquer contraceptivo, 32,9 por cento utilizou a pílula do dia seguinte.
Tiago analisa a pista de dança, diz: “Elas agora são mais atrevidas. Deixam de ser virgens com um gajo que nunca mais vão ver. Aqui são as maiores, mas na cama acanham-se.” Elas, como Catarina, como Madalena, comentam no domingo seguinte: “Eles querem comer e deitar fora.”
Há mais liberdade sexual,mais precocidade.
Outra vez a internet. Duarte mostra as fotos que as amigas lhe enviam pelo messenger quando conversam. Raparigas em biquíni, em posições sensuais. Ele tem imagens suas para retribuir. Na praia ou com óculos escuros. Há ainda fotografias de algumas adolescentes que, pela falta de discrição de alguns rapazes, começaram a circular. Há a história – e as imagens como prova – de uma miúda de 15 anos que se mostrou sem roupa ao namorado, dobrando-se sobre a câmara, apertando o peito. “Ela encornou-o, explica Duarte, e o gajo, para se vingar, mandou as fotos aos amigos, que mandaram para mais gente. Sempre que ela passava no liceu chamavam-lhe porca.”
Eram dez da manhã quando, num intervalo das aulas, numa rua perto da escola, Miguel e um amigo foram revistados pela Polícia: “Tinha um conto de ganza no bolso.” Miguel apareceu uma vez, como lhe mandou o juiz, na Comissão de Dissuasão para a Toxicodependência. Ficaram de o chamar mas, nos últimos dois meses, ninguém lhe telefonou. Os pais cortaram-lhe as saídas. “Fumei muito na altura do Natal, até na Noite de Consoada. Mas deixei.”
Um estudo do Instituto Português da Droga e da Toxicodependência, de 2001, diz que os jovens provam drogas cada vez mais cedo e que 14 em cada 100 alunos, com menos de 15 anos, já o fizeram pelo menos uma vez.
Na linha de Cascais, o álcool sempre foi mais valorizado que as drogas. Os mais ricos bebem, os mais pobres drogam-se – um legado da hegemonia da heroína, a droga mais suja, mais destruidora, agora de consumo reduzido entre os adolescentes urbanos. Mas o álcool é um teste à masculinidade. Um hábito de classe. Tiago diz: “O copos são melhores para um gajo se divertir.” Um shot num bar custa 1,5 euros, numa discoteca três euros. Entre a uma e as duas da manhã, dois adolescentes são carregados pelos amigos e vomitam na casa de banho do Queens.
Certa noite, Leonor acordou no hospital, com a ajuda de uma injecção de glicose, depois de entrar em coma alcoólico. Os pais foram buscá-la. Todos dizem que os pais sabem que os filhos bebem. Francisco conta: “A minha mãe já me ajudou a vomitar quando cheguei a casa.”
João Dionísio explica o consumo de álcool, de drogas: “Trata-se da partilha de significado com o grupo, da necessidade de procurar sensações, de experimentar. Eles não o fazem porque o mundo é mau, mas porque a música parece melhor, porque ficam mais felizes.”
Eles tinham dez anos em 1998, quando Suharto abandonou a presidência da Indonésia, quando Saramago ganhou o Nobel, quando inventaram o Viagra.
Os adultos costumam ter, em retrospectiva, uma ideia mais pura daquilo que foi o seu passado. Segundo João Dionísio: “Não existe, entre os adolescentes e a geração anterior, uma mudança da temática das emoções. Os impulsos são os mesmos.” Ou seja, o reconhecimento conseguido com as bebedeiras, o estilo e a maturidade dos cigarros, o risco das drogas, a ansiedade sexual. Mudou, no entanto, o tempo de iniciação. Em vez do embaraço ao entrar num clube de vídeo, há a pornografia na internet, e a possibilidade de conhecer estranhos em chats. Há telemóveis aos dez anos, saídas nocturnas aos doze: “Os miúdos do primeiro ciclo fazem imensa pressão junto dos pais”, explicam as psicólogas dos Salesianos. “E, como os outros saem, eles também querem sair. Só daqui a alguns anos poderemos avaliar as consequências desta precocidade.”
No final da tarde de domingo, sem ter de se preocupar com a tristeza que antecipa o despertador na manhã seguinte, nem com as aulas, nem com os trabalhos de casa que não fez, Madalena, a pensar no próximo fim-de-semana, diz: “Dantes é que nos arranjávamos todas para sair, agora nem usamos maquilhagem.”
(Os nomes dos adolescentes neste artigo foram modificados)
Lido no fórum AHO
Eu tenho 18 anos, mas não me revejo em nada disto..mas sei que é a realidade da maioria dos jovens de hoje...e pergunto-me, onde é que esta juventude vai parar?..
sábado, junho 02, 2007
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